No ônibus, até Helprin é chato. Virei de lado e dormi. Aliás, vou cumprir a promessa que não fiz e falar bem de Freddy & Fredericka. E talvez de Winter's Tale, vai do tempo e da paciência.
Aliás, não vou cumprir promessa não feita nenhuma, vou falar da minha viagem de ônibus de 10 horas de duração em que comecei a ler Winter's Tale.
Li as primeiras 20 páginas e estava muito bom e catchy. Aí o bebê começa a chorar, pessoas a comer salgadinho barulhento, e você não entende mais o que está lendo e o livro se torna apenas uma distração para os olhos, as linhas e páginas passando sem sentido pelas suas retinas, e compensa mais dormir que ficar ali olhando pra cara do Mark Helprin, que, por bonita que seja, não é mais que meus sonhos. E o ronco do vizinho começa a invadir sua alma com tanta intensidade que a distorce, transformando seu bom humor habitual em uma espécie de raiva tão intensa que só se justificaria se, em vez de abrir a boca para roncar, ele abrisse a caixa de Pandora na sua cara, e você luta por alguns minutos que parecem horas para dormir. Entre as sonecas, vale tentar escrever este post no teclado irritante do celular.
Boa noite.
Aliás, transcrevendo o texto do celular pro computador aqui em casa, me ocorreu que o ronco é mais ou menos como a caixa de Pandora humana - em vez de liberar todos os males do universo, libera todos os mau-hálitos da humanidade.
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