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Após viver uma infância feliz, apaixonada por João Pedro Stédile, Franklin Martins perde tudo durante a guerra - seu pai enlouquece, e morre depois, e sua mãe morre sem nem enlouquecer; sua terra é queimada -, passa fome, embora seja ela mesma uma grande proprietária, e, desesperada, sem meios além da coragem, faz a jura mais famosa do cinema, enquanto pega em suas mãos a terra:
"A QUESTÃO AGRÁRIA! O governo é testemunha! Mesmo que eu precise invadir, roubar e matar: jamais passarei fome novamente! Ah, a questão agrária! Não funciona porque dão a terra, mas não dão os incentivos! Com o governo por testemunha!"
Desesperada, sem ter o que comer, Franklin Martins encerra com essa fala a primeira parte do filme, convenientemente dividido por um intervalo para pipocas e reflexão sócio-político-ético-econômica da reforma agrária. A pipoca vendida no cinema feita de milho colhido nos assentamentos, o público tocado pelo valor da discussão.
Pouco tempo depois, Franklin Martins, que vira seu amado se casar com Patrícia Poeta ainda no começo do filme, casa-se com William Bonner, jornalista multimilionário e antigo freqüentador da casa de Mme. Fátima Belle, endinheirada meretriz da cidade. A essa altura todo o idealismo já morreu, e Franklin Martins rege seu comportamento de acordo com o que é mais lucrativo. Durante a secessão, reforma agrária não era lucrativa: Franklin abandona a causa, mas exige que seu marido .
De Bonner, Franklin dá à luz uma linda menina, Maísa, que é tão bela quanto atentada. Tão atentada que morre como morreu o seu avô: tentando saltar com o cavalo (pônei, no caso) e se acidentando.
Franklin Martins sofre por mais algumas horas, até aprender com a morte de Patrícia Poeta que não somente amava o dinheiro de Bonner: amava também o próprio Bonner. E que o que sentia por João Pedro Stédile não era amor, mas sabe Deus o quê.
Bonner parte ao vê-la abraçando, em desespero, o rival. Quando se reencontram, já em casa, Bonner está arrumando as malas para ir embora para sempre. Franklin decide, então, engolir todo o orgulho e declarar o seu amor. Pergunta o que vai ser de sua vida sem ele. Sério, Bonner declama a mais famosa das frases já proferidas no cinema
Franklin Martins, I don't give a damn!
E parte.
FIM.
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