04 março, 2009

Dia desses o pessoal aprendeu que argumento de autoridade é falácia. Aí fica o tempo todo prestando atenção, esperando alguma citação pra poder gritar "AD VERECUNDIAM!"

Vejam só, leitores, o que me move a escrever novamente pra vocês é esse meu fetiche pela autoridade. Se alguém chega pra você e diz "leia Beneditino da Gávea" esse alguém não está, de forma alguma, apelando para a autoridade. Está apelando para a sua disposição de entender algo direto onde esse algo foi dito. Apelando pra que você leia os argumentos de Beneditino da Gávea, torcendo pra que você seja justo o bastante para dar crédito à possibilidade de, talvez, Beneditino da Gávea estar certo.

Obviamente nem todas as vezes em que se fala de Beneditino da Gávea fala-se que leiam esse grande filósofo da boemia carioca ficcional católica. Às vezes apenas dizem "Beneditino da Gávea disse que Hegel é maneiro, ergo est", e nesse caso o argumento é de autoridade, mas talvez o Beneditino tenha um bom argumento pra provar isso - um argumento forte o bastante pra convencer tão completamente o leitor que ele sequer cita quando diz que Beneditino está certo - basta o nome desse grande e relevante filósofo e tudo está pronto, argumentado e disposto bonitinho.

É óbvio que o que satisfez seu adversário não está exposto para você, mas não seria o caso de dar uma chance a Beneditino e pegar o livro do rapaz pra ver o que fez esse idiota que discute com você defender tão intensamente um filósofo tão obviamente estúpido quanto Hegel? Às vezes o mundo é tão surpreendente que até alguém chamado Barbosa pode ser interessante e, vá lá, engraçado e, quem sabe, uma mulher sexy de espartilho preto e seios redondos e macios. Dê crédito ao Beneditino da Gávea. Ele pode ser mais gostosa que aquela modelo loirinha da Victoria's Secret.