28 abril, 2006

Pessoas contemporâneas.

A palavra "comtemporâneo" subverte o significado original da cada palavra. A mulher contemporânea, por exemplo, é quase um homem. Motivos:
- Veste calças jeans largadas, rasgadas e manchadas como as de um mecânico;
- Transam com mulheres (necessariamente);
- Falam palavrões;
- Saem de casa pra trabalhar;
- Não têm prendas domésticas - sequer sabem fritar ovos;
- Transam com mulheres de novo;
- Não usam acessórios como brincos e colares; isso é coisa de homem contemporêneo;
- Não ligam a mínima pra aparência;
- Não se acham delicadas;
- Abrem a porta do carro pro(a) parceiro(a);
- Têm tatuagens;
- Transam com mulheres.

Os homens contemporâneos são como as mulheres clássicas:
- Vestem-se elegantemente;
- Transam com homens;
- Nunca falam palavrão;
- Cuidam da casa;
- Apreciam a gastronomia, nome delicado pra culinária, nome disfarçado pra prenda doméstica;
- Transam com homens;
- São todos equipados com brincos, piercings, colares;
- São metrossexuais;
- Muito delicados, dedicam-se às artes;
- Não são cavalheiros;
- Têm tatuagens;
- Transam com homens.

Motivos mais que suficientes pra provar o que eu disse. Subscrevo-me,

Mulher Contemporânea sem tatuagens.

23 abril, 2006

Se eu me chamasse Alaor

Choraria encolhido num canto escuro do meu quarto todos os dias. E brigaria com o meu irmão Odair quando ele entrasse no quarto cantando "Al-Alaor" e jogando confetes e serpentina nas minhas costas encolhidas. E me apresentaria aos outros como Agenor, que é muito mais difícil de parodiar. Seria traumatizado por ter por nome uma marchinha de carnaval e, por isso, odiaria carnaval, samba e qualquer expressão de alegria. Minha única namorada se chamaria Maria, e o nosso namoro acabaria quando alguém cantasse pra ela o "Maria Sapatão", por namorar uma marchinha de carnaval. Irritada, a Mazé - ou Zezé, se preferem assim - cortaria sua cabeleira e acabaria o namoro comigo.
Não consigo imaginar maior desgraça que ter Alaor por nome. Aliás, acho que se eu me chamasse Alaor entraria na justiça por um nome digno. E me registraria como Agenor. Isso se não me matasse antes de poder entrar na justiça, claro, por que acho suicídio algo muito Alaor. Os Alaores que não mudam de nome ou se matam antes dos 19 não merecem respeito. Não são dignos de minha pena, sequer. Alguém que consegue chamar-se Alaor por toda a vida e sem remorsos é ruim da cabeça.
Para provar minha tese, fotos de Alaores aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, alguém que podia ser Alaor aqui e do irmão Odair aqui.

21 abril, 2006

Mestre Raul

Eu prefiro ter aquela velha opinião formada sobre tudo do que ser uma metamorfose ambulante.

20 abril, 2006

Cuidado: Gás é inflamável!

Inscrição no rótulo de um bujão de gás que comprei pra servir de peso para a porta da minha casa. E de banquinho, de cinzeiro, de peso de papel...

É como inscrever em pães "Cuidado: Pão é comestível".

17 abril, 2006

De volta à Civilização.

Estive durante a Semana Santa no sertão pernambucano. E descobri o porquê de o sertão ser tão mal desenvolvido. Lá, pasme, as pessoas não acreditam em Coelhinho da Páscoa. São pessoas más, cruéis e vis que sequer ensinam seus filhos a seguir as pegadas que o Coelho deixa pela casa. Possivelmente eles até apagam as marcas de lama que o Coelho deixa por onde passa, pessoas ordinárias. Esse tipo de gente má, cruel e vil também ensina seus filhos a ser maus, cruéis e vis, quando não os encoraja a acreditar em Coelhinho da Páscoa.
Aposto quanto quiser que eles também não acreditam em Papai Noel. Só em Nego D'Água e Nossa Senhora da Rapadura. Não via a hora de voltar a Recife. Aqui, logo na entrada da cidade, vi três Coelhinhos da Páscoa. Todos de olhos vermelhos e pêlo branquinho - o politicamente correto ainda não atingiu os Coelhinhos da Páscoa de Recife. Em Petrolina, os poucos Coelhos da Páscoa que vi tinham olhos e pêlo pretos. Alguns eram aleijados e outros eram mulheres. Fizeram um trabalho de inclusão social entre os Coelhos da Páscoa petrolinenses, céus! Aposto que eles foram sindicalizados. Suspeito, inclusive, que não eram Coelhos da Páscoa de verdade, mas Sacis-pererês fantasiados, de tão pretos e aleijados que eram. E não entregavam ovos de chocolate pra ninguém, denegriam a imagem dos pobres, dóceis e bondosos Coelhinhos, aqueles malvados, cruéis e vis Sacis-pererês fantasiados.
Mas, como diz o título deste texto, estou de volta à civilização, onde Coelhos da Páscoa ainda cumprem sua função de Coelho da Páscoa. E continuam com olhos vermelhos, pêlo branquinho e barrigudos, depois de comer uma cenoura gigante com casca e tudo.

Leitoras, comam muito chocolate esses dias, por que cenoura engorda, e não queremos vocês gordas, não é?

12 abril, 2006

Solidário a Suzane.

Para não perder o timing do post, declaro hoje que apóio totalmente Suzane Von Richthofen. Que ela fez demais? Em que se excedeu? "Ora, matou os pais", você me responderá. Eu perguntarei de quem são o pais e você dirá "Dela, mas...", e eu interrompo, gritando e gesticulando qual um italiano, "Dela! Dela, você me responde! E que tem você com os pais dela? São dela e ela faz o que quiser com eles". Sou muito liberal.

Ademais, alguém com título de nobreza nunca pode estar errado. Nunquinha.

11 abril, 2006

Bola Quadrada Futebol Clube.

Olá, meu respeitável público. Depois de quase uma semana sem postar nada (rememore), digo a vocês que vou passar mais uma semana sem postagens (chore). Vou a Petrolina agora, na Semana Santa, e lá quase não tenho acesso à internet (aumente a intensidade do choro). Prometo tentar voltar de lá com uma história muito divertida (saltite de alegria, dando soquinhos no ar). Enquanto isso, meu respeitável público, vai lendo o que estão falando lá no Bola Quadrada Futebol Clube, meu respeitável blog (e do Paulo, do Guvan, do Manel, do Chico, do Guigo e de outro menino sem criatividade). Lá, o espetáculo já começou (palmas).


(p.s.: Leia o meu post várias e repetidas vezes, em todas elas, rindo. É um post com um humor muito profundo, meu respeitável público, que você não vai entender. Ria pra não passar por burro.).

06 abril, 2006

Expressões idiotas e doação de órgãos. No mesmo tópico.

Ver com outros olhos é a expressão mais engraçada já inventada. Não concebo essa possibilidade. “Veja com outros olhos” é algo tão idiota quanto “ponha-se no lugar dele” e “não faça aos outros o que você não queria que fizessem com você”. Impossível. Vejo com os meus olhos, faço o que me agrada e mantenho-me sempre no meu lugar. Imaginem vocês alguém estando em dois lugares ao mesmo tempo. Conseguem? Pois então, também não consigo. Não posso estar em meu lugar e no dos outros. Agora tente se imaginar "vendo com outros olhos". Não posso ver com outros olhos, também. É fisicamente impossível.
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Bem, ver com outros olhos só se me fizerem um transplante. Talvez nem assim, que as retinas transplantadas serão minhas, por que foram doadas por algum idiota que nunca ouviu falar em mercado negro. Eu nunca doaria retinas. Venderia, por um preço talvez módico. Venderia por um real, de fosse o caso, mas não doaria. Detesto doadores e sua mania idiota de altruísmo "toma meu olho, menino, é de graça". Idiota, idiota, idiota. Mais idiotas que os doadores são aqueles tipos retardados que fazem filmes contra o tráfico de órgãos. Existem pessoas (pasme!) que acham que eu não posso fazer bom uso dos meus órgãos! Meus órgãos! Mas pra quê que eu tenho dois pulmões se não posso vender um, caramba?.
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Viram como é fácil sair de um assunto para outro completamente desconexo e ainda manter um mínimo de coesão e lógica?

04 abril, 2006

Jornalismo.

Meu sonho é poder chegar em casa entusiasmado com um assunto super complicado de Cálculo Três. Ou Geometria Analítica. Ou Circuitos Elétricos ou Economia Aplicada ou Matemática Financeira ou Bioquímica ou tudo o que parece desafiador.
Desejo mesmo aprender algo de útil, algo verdadeiro, algo além do "pode ser que", algo que, de fato, imponha moral, seja axiomático e final. Qualquer coisa que não mude nunca. Ou, se mudar, que seja definitivamente, que se possa dizer que "isso está ultrapassado, o certo é isso, bobão".
Sonho com o dia de me sentir superior e virar pra um estudante de jornalismo e dizer, sei lá, "você já pensou em fazer um curso superior?".
Não posso, devo dizer, pois não faço curso superior, faço jornalismo. Sou vítima direta das piadas. Não se preocupe, no entanto. Tenho noção de não ser um estudante de nível superior. Nível técnico, talvez.
Como deve ser bom dizer "sou engenheiro", "sou médico, mas pode me chamar de doutor". Queria poder ser arrogante. Não me foi concedido esse direito. Serei (argh) jornalista (cusp, cusp).
Estudo coisas como Teoria da Comunicação, Sociologia, Filosofia e, felizmente, Introdução à Economia. Apenas posso rir dos estudantes de filosofia que, definitivamente, são estudantes de nível médio, adolescendo (odeio essa palavra, devo dizer) em constantes crises existenciais, relativizando tudo e dizendo que tudo é arte. Tenho nojo desse povo, eco.