24 março, 2008

Waiting...

E pensar que Brokeback Mountain ganhou Oscar nesse ano. Se é pra ter viadagem, que não seja a sério.

Trailer.

23 março, 2008

Jesus tinha a manha

Pergunta séria: por que Jesus tem mais seguidores que Moisés? Quer dizer, o que ele fez que Moisés não faria? O que é ressuscitar - e apenas por três dias* - pra quem abre o mar, roga pragas e liberta todo um povo da escravidão?

A resposta está nas sutilezas: enquanto Moisés usava o poder para transformar a água em sangue, Cristo a transformava em vinho. Depois, quando a galera estava bêbada, saia se proclamando o único e eterno profeta. Enquanto houvesse vinho - e pão de tiragosto -, ninguém deixava a festa ou discordava, e o rapaz sabia multiplicar as coisas, de forma que todos sempre estariam bêbados e fartos - e crentes.

Ainda assim, por mais que Jesus angarie mais seguidores e seja mais camarada pessoalmente que Moisés, jamais será possível fazer um filme sobre Cristo tão bom quanto "Os Dez Mandamentos", porque Jesus era cool para os insiders (os apóstolos, leprosos, aleijados, cegos, Maria e Madalena), e Moisés tinha esse apeal de chamar a atenção da geral - guiar pastores do alto de um monte sagrado, liderar os judeus até a Terra do Leite e do Mel, andar com um cajado maneiro que devora serpentes, essas coisas.

Terminando abruptamente, feliz Páscoa pra vocês, que a minha passarei sem ovos de chocolate.

* Francamente, qual a grande vantagem de adiar a morte em três dias? Tá legal que tem todo esse lance maneiro de controlar a morte mesmo depois de ela chegar, a remissão de todos os pecados, que Moisés não fez, mas o afogamento da multidão de egípcios no mar compensa tudo o que Jesus fez.

21 março, 2008

Start spreading the news

Chicago, Broadway, dia 29. Já comprei a roupa, a passagem e o ingresso. Só falta comprar a acompanhante, como fazia o governador de lá, mas não sei se vai sobrar dinheiro pra isso - sobrando, dou uns pegas na Roxie Hart.

19 março, 2008

Four out of nine

E só um valeu a pena.
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Então estou lendo Nine Stories. Chamem-me de imbecil, mas só a quarta história - última que li até agora, The Laughing Man - realmente me agradou. As outras me pareceram meio despropositadas, meio insossas (e sim, eu sei que é Salinger, que as coisas são sempre meio despropositadas com ele, mas a fórmula não me pareceu funcionar nas primeiras histórias, porque a parte contemplativa, geralmente dividida com o leitor, exigiria mais espaço que os contos permitiram).

As três primeiras histórias me decepcionaram completamente, até o ponto de eu querer desistir do livro. Na quarta eu estava de volta ao livro, com a certeza de que Salinger jamais fará um livro à toa, e que se ele fizer um mais eu devo comprar e ler também, que eu vou ficar feliz e saber que não foi uma perda de tempo. O Apanhador não foi, Seymour não foi, e Nine Stories, embora tenha começado parecido com perda de tempo, mostrou-se agradável depois da página oitenta. Franny and Zooey vai ser ainda melhor, tenho certeza, e o mundo estará feliz enquanto Salinger existir, e, quando ele se for, continuará feliz por ele ter existido um dia.

11 março, 2008

Desde que saí do Brasil tenho me esforçado pra não me informar sobre nada do que acontece lá. É fácil, vou fazer o mesmo quando voltar.