08 fevereiro, 2007

Meu nome é sincero

Com isso não quero dizer que eu me chame Sincero. Se fosse assim, poria a letra maiúscula no título. Você vê alguma letra maiúscula no "sincero" do título? Vê? Ok, então cale-se. Só estou dizendo que meu nome é sincero porque ele não finge que eu sou nobre ou pobre. Ele me mantém na classe média. Não me revela como gênio ou demente, mas me mostra como uma pessoa normal.

É justamente essa normalidade que não me agrada muito em meu nome. Por que não fui batizado como Alphonsus Julius Terceiro? A sinceridade dos nomes é algo injusto, porque sempre me faz parecer medíocre e, mais do que isso, me mantém medíocre. Se os nomes não fossem sinceros, haveria surpresas, como descobrir um Sidneidilson que escreve bem ou uma Rosalene que de fato seja rica.

Haveria nomes nobres em pessoas pobres, o que seria uma surpresa negativa: "Qual o nome dele?", peguntaria alguém, "Alphonsus Julius Terceiro", responderiam, "ganha meio salário mínimo e sustenta doze filhos", mas mesmo assim seria mais divertido que "é milionário". Nada de novo.

Não acontece assim. Qualquer Uóxinto Luís de hoje é pobre e feio, e qualquer Angelina Jolie é linda. Até que, como Grace Kelly, torne-se um nome mal grafado e popular: "Greice Kelly", "Anjelina Jôli", "Máicou Jécson".

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