Se há algo que me deixa curioso são as "pessoas em construção". Esse tipo de gente trata a vida como um grande canteiro de obras, em cada canto um pedreiro gritando gostosa pra moça que passa e ensinando a viver. Daí vem o engenheiro eletricista e instala lâmpadas na vida dela e pum, de repente, ela é iluminada. Seguem-se os trabalhos do pintor, que maquia com habilidade as paredes da pessoa em construção e dá o acabamento com impermeabilizante.
Mas o problema de fato é que essas pessoas não se contentam com a cor da primeira pintura, não se satisfazem com o piso de madeira original. Querem continuar em construção, uma reforma interminável. Tiram-se os pisos, quebram-se paredes e fica apenas um galpão. Daí, toca montar tudo de novo. A reforma eterna tem um grande problema, como têm as reformas em apartamentos e casas: ninguém habita uma casa sem paredes, e quem por ventura habitar estará sempre doente por causa da poeira no interior.
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