28 abril, 2008

A reasonable doubt

Eu não ia falar nada, mas

Toda vez que fazem grande esparro sobre um crime, como esse caso da Isabela, em que cada detalhe das investigações é esmiuçado exaustivamente na mídia, deixando os espectadores a par de tudo - o que, às vezes, significa deixar sempre e cada vez mais espaço pra questionamentos das evidências -, fico pensando em invadir o júri e inocentar os acusados. Culpa de Henry Fonda, que em 12 angry men levantou tantas possibilidades de inocência do acusado, pondo em dúvida cada uma das evidências, que eu fico pensando se não passou um trem ao lado do edifício quando o vizinho disse ouvir os gritos, que o sangue podia estar no chão e na camisa desde sempre, que as marcas da rede na camisa surgiram depois do acidente, com o pai se espremendo contra a proteção em desespero por ver a filha caída no solo, tentando em vão alcançá-la. Todas as evidências, me parece, seriam tão bem explicadas por Henry Fonda que nenhum jurado condenaria ninguém. Jamais.

Tudo questão de se criar uma dúvida razoável. Que, pra mim, ainda existe. E se amplia conforme se investiga.

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