17 maio, 2008

A triste história de um flamenguista

Ele nasceu flamenguista, e, portanto, pobre. Mas foi contra a vontade, coitado, ninguém escolhe essas coisas. Por isso sua vida foi toda uma tentativa de subir na vida, tornar-se vascaíno ou até fluminense, que é o máximo que pode querer um carioca. Quando tinha quinze anos foi aceito na torcida do Botafogo, porque um dos cinco membros tinha morrido e eles queriam alguém pra reposição. Foi o único voluntário.

Mas sua alegria não durou muito: expulso da torcida - que até hoje tem quatro membros, apenas - por ter sido pego roubando ingressos do jogo contra o Bangu, voltou à base da pirâmide, onde aprendeu, como todo flamenguista, a traficar drogas e seqüestrar bebês, mui canhestramente, que flamenguistas não são conhecidos por fazer nada direito.

Morreu flamenguista - porque uma vez Flamengo, nunca se endireita - de tiro na bacia, conseguido em fuga da PM. No seu velório, uma bandeira do Flamengo feita de chita cobriu o seu caixão, sem seu corpo dentro. O corpo foi entregue aos urubus.

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